O estudo, apresentado pelo coordenador do projeto, professor Ivanildo Hespanhol, e pela responsável pela pesquisa, Simone May, revela que o chuveiro elétrico e o sistema híbrido (que utiliza coletores solares de baixo custo com chuveiro elétrico na ponta) são as opções mais econômicas para se tomar um banho, quando levado em consideração o gasto com energia elétrica ou gás e água. “Este estudo visa eliminar algumas pré-concepções em relação a este tema”, disse Hespanhol.

Os dados apontados nos primeiros três meses de pesquisa mostram que tanto um banho de oito minutos com chuveiro elétrico como com o sistema híbrido custa R$ 0,22 contra R$ 0,35 do aquecedor solar, R$ 0,58 do aquecimento a gás e R$ 0,78 do aquecedor de acumulação elétrico (boiler). Ou seja, os banhos aquecidos por coletores solares, a gás ou boiler elétrico são, respectivamente, 59%, 164% e 255% mais caros do que com chuveiro elétrico.

Se levada em consideração uma família de quatro pessoas, em que cada uma toma um banho por dia, quem optar pelo chuveiro elétrico terá um gasto mensal com insumos (energia elétrica e água) de R$ 26,40; quem escolher o sistema de coletor solar vai gastar R$ 15,60 a mais (R$ 42,00); e para quem usar o aquecedor a gás irá desembolsar R$ 43,20 a mais por mês (R$ 69,60).

Economia no consumo de água

O professor afirma que um dos principais fatores que fazem essa equação pender para o lado do chuveiro elétrico é a economia no consumo de água, segundo ele, uma das commodities mais valiosas nos dias atuais. De acordo com o estudo, o chuveiro elétrico apresentou um consumo de 4 litros de água por minuto contra 8,7 litros do solar (consumo 118% maior), 9,1 do sistema a gás (mais 128%) e 8,4 do boiler elétrico (+110%).


O sistema híbrido (solar com chuveiro elétrico), mais uma vez, apresentou um desempenho semelhante ao chuveiro elétrico, com gasto de 4,1 litros de água por minuto. Outro dado apontado pelo estudo diz respeito à água que é perdida no início de cada banho até se atingir a temperatura ideal. No caso do chuveiro elétrico, o desperdício de água é igual a zero, enquanto no sistema solar ou boiler a perda é de 5 litros, no aquecedor a gás, a perda é de 4,5 litros.

Em relação ao custo de aquisição e instalação dos aparelhos, todos os sistemas apresentaram valor significativamente maior em relação ao chuveiro elétrico. No caso do sistema solar o acréscimo é de 12.948%, o boiler (5.884%), o sistema de aquecimento a gás (2.948%) e o sistema híbrido (2.765%).

Opção pelo sistema híbrido

Apesar do custo de instalação do sistema híbrido ser maior que o do chuveiro elétrico isoladamente, Simone May, responsável pela pesquisa, destacou este sistema como o melhor, por ser menos poluidor e apresentar equilíbrio no consumo de energia e água. “Pelos resultados obtidos no primeiro trimestre do ano, podemos dizer que o sistema híbrido é a melhor solução, pois permite a utilização do chuveiro elétrico nos dias nublados e a economia de energia nos dias de sol”, concluiu.

Segundo o coordenador do Grupo de Chuveiros da Abinee, Carlos Alexandre Cella, a pesquisa vem suprir a ausência de trabalhos feitos no Brasil que abordem a questão dos sistemas de aquecimento de água. “Este estudo mostra que o chuveiro elétrico não é o vilão que muitos afirmam ser”, disse.


A Abinee entregou o trabalho para autoridades do governo federal como forma de contribuir com os estudos que estão sendo realizados para decidir sobre sistema de aquecimento de água que será utilizado nas residências populares a serem construídas no âmbito do programa Minha Casa, Minha Vida.

Fonte: Revista ABINEE – Nº 51

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