Dois fatores vão influenciar o banho quente: a vazão de água e a potência do chuveiro.

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A vazão é a quantidade de líquido que sai pelos buraquinhos da ducha. Quanto maior a vazão, mais fria a água, isso porque a resistência elétrica vai ter que aquecer uma quantidade maior de líquido. Talvez a vazão ainda esteja muito alta.

Também se a água entrar gelada, vai sair menos quente. Por exemplo, se o chuveiro sobe a temperatura em 30 graus Celsius e a água entrar a 10°C, o banho será a 40°C. Já se a água estiver a 20°C, atingirá 50°C.

Tem chuveiro que tem uma baixa eficiência, ou seja, apesar de ter uma potência alta, tem muita perda de calor. Isso você pode ver na etiqueta de eficiência que vem no chuveiro.

O problema:

No tempo frio, seu chuveiro não esquenta, obrigando-o a fechar o registro de água para que ela atinja uma temperatura razoável e então seu banho se transforma num banho de pingos. Na meia estação, você não consegue a temperatura ideal, pois na posição “verão”, a água fica fria demais, e na posição “inverno” ele esquenta demais.

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Na época um pouco mais quente, a coisa se complica: ou você toma um banho completamente frio, desligando o elemento de aquecimento, ou se arrisca a ser cozido, pois mesmo na posição de “verão” a água esquenta demais.

Outra situação:

No prédio em que você mora, chuveiros de três andares diferentes, mesmo sendo da mesma marca e tipo, se comportam de maneiras completamente distintas (figura 1).

Aquecimento irregular pela diferença de pressão.
Aquecimento irregular pela diferença de pressão

O chuveiro do primeiro andar tem água com boa pressão, mas no inverno não esquenta. O do andar do meio tem o funcionamento normal, com pressão razoável e bom aquecimento mesmo no inverno, mas o do último andar esquenta demais em qualquer época e a água não tem pressão!

Todos esses problemas podem ser contornados, se ao instalar um chuveiro estivermos atentos para alguns pormenores técnicos bastante fáceis para o leitor que gosta de Eletricidade.

O FUNCIONAMENTO DO CHUVEIRO

Um chuveiro comum possui uma câmara onde a água penetra e entra em contato com um elemento de aquecimento (resistência) ligado à rede de energia.

A corrente somente pode passar pelo elemento de aquecimento, ligando-o à rede de energia, quando o registro for aberto e a água pressionar uma peça denominada diafragma, conforme a figura 2.

Um chuveiro em corte.
Um chuveiro em corte

O diafragma comum é de borracha e se verga encostando nos contatos elétricos que estabelecem a corrente que alimenta o elemento de aquecimento.

A temperatura da água depende de vários fatores:

a) O primeiro é a potência elétrica aplicada ao elemento de aquecimento que depende de sua resistência.

Quanto mais curta for a resistência, ou seja, menor seu valor ôhmico, mais corrente circula e portanto, maior é a quantidade de calor gerado.

A chave “inverno” e “verão” que existe no chuveiro ou “quente” e “mais quente” seleciona duas posições do elemento de aquecimento, de modo que circule mais ou menos corrente, conforme indicado na figura 3.

Um chuveiro de duas temperaturas.
Um chuveiro de duas temperaturas

Quando a chave está na posição em que a resistência é “mais curta”, o chuveiro aquece mais, porque passa mais corrente pelo elemento de aquecimento.

b) O segundo fator a ser considerado é o fluxo de água que passa pelo chuveiro. Se mais água passar pelo elemento, ele deve produzir mais calor para obter a mesma temperatura final.

Assim, se tomarmos como exemplo dois chuveiros de mesma potência, veremos que aquece menos o que está ligado num local onde a pressão da água é maior e, portanto, seu fluxo maior.O recurso de fechar levemente o registro para aumentar a temperatura da água é conseqüência desse fator.

c) Outro fator a ser considerado é a temperatura inicial da água. Se a água estiver muito fria precisamos de uma quantidade maior de energia ou maior potência, para chegar à mesma temperatura do final do que se a água estiver menos fria, observe a figura 4.

A temperatura final depende da temperatura inicial.
A temperatura final depende da temperatura inicial

A combinação desses três fatores leva os chuveiros a apresentarem comportamentos tão distintos que normalmente causam dificuldades para os usuários e instaladores.

AS SOLUÇÕES DOS FABRICANTES

Evidentemente, diante de tantas variáveis, os fabricantes de chuveiros não poderiam colocar no mercado um único tipo com uma única característica de funcionamento. O resultado seria desastroso como exemplificado em nossa introdução.

Mas apesar de existirem muitos tipos, a maioria dos usuários ainda continua fazendo a escolha como se não houvesse opções.

O que o fabricante tem a oferecer ao usuário?

a) A primeira variável levada em conta é a pressão da água, e mesmo os tipos mais simples de chuveiro possuem recursos para sua adequação.

Assim, encontramos um meio de diminuir a vazão no caso de locais de maior pressão. Quando o chuveiro não aquece o suficiente: uma pequena arruela diminui o diâmetro da entrada da água (figura 5).

Colocando um redutor de vazão
Colocando um redutor de vazão

Se o chuveiro for instalado num local elevado, muito próximo da caixa de água, quando a pressão é pequena, havendo necessidade de aumentar a entrada de água para manter a vazão, a arruela estreitadora é retirada, o que está detalhado na figura 6.

Para maior vazão o chuveiro deve ser usado sem a arruela estreitadora
Para maior vazão o chuveiro deve ser usado sem a arruela estreitadora

No entanto, no andar térreo de um prédio, onde a caixa de água se encontra muito elevada e portanto, a pressão é alta, a arruela deve ser usada para diminuir a vazão e manter o aquecimento.

Perceba o leitor que a pressão e portanto, a vazão, dependem da diferença de altura entre o reservatório de água e o chuveiro. Em muitos casos, deve ser considerada a possibilidade de elevar a caixa de água para obter maior vazão, mas esta não é a única saída. A figura 7 mostra o que acontece.

Melhorando a vazão com a elevação da caixa
Melhorando a vazão com a elevação da caixa

Evidentemente, esta solução tem apenas duas opções, de modo que não será difícil ocorrer uma situação intermediária que leva a um banho, ou quente demais ou frio demais, dependendo da época do ano.

b) A segunda variável a ser considerada é a potência do chuveiro.

A quantidade de calor que um chuveiro gera e portanto, sua capacidade de aquecer a água é medida em watts.

Não importa se o chuveiro funciona na tensão de 110 V ou 220 V, pois o que determina o aquecimento é o número de watts.

Quando a chave inverno/verão é acionada, estamos alterando o número de watts que estão sendo convertidos em calor no elemento de aquecimento.

Neste caso, temos duas opções apenas que, conforme vimos, dependendo das outras variáveis, podem apresentar problemas.

Logo, dependendo da pressão da água (fluxo) e da temperatura média do local, o chuveiro deve ter uma potência apropriada. A maioria dos fabricantes oferece chuveiros numa boa faixa de potências ou capacidades de aquecimento.

Assim, na caixa dos chuveiros, encontramos diversas opções de potência que o usuário deve levar em conta em função da pressão da água em sua casa e da temperatura média de sua região.

Para uma localidade mais quente, com invernos amenos, pode ser usado um chuveiro de menor faixa de potência: 2 000 a 4 000 W.

No entanto, para uma localidade com invernos rigorosos a potência deve ser maior, desde que o fluxo de água seja normal.

Observe que os chuveiros que operam na rede de 110 V alcançam uma potência máxima menor do que os que operam na rede de 220 V, por motivos de intensidade de corrente que já explicamos em outros itens.

Um exemplo pode ser dado em função das características dos chuveiros LORENZETTI com 4 temperaturas:

Aquecimento maior (127 V):

Potência mínima: 0

Potência média: 2 400 W

Potência maior: 4 400 W

Potência máxima: 5 400 W

Aquecimento maior (220 V):

Potência mínima: 0

Potência média: 2 600 W

Potência maior: 4 400 W

Potência máxima: 6 400 W

Aquecimento menor (127 V):

Potência mínima: 0

Potência média: 1 800 W

Potência maior: 3 200 W

Potência máxima: 4 400 W

Aquecimento menor (220 V):

Potência mínima: 0

Potência média: 2 400 W

Potência maior: 4 400 W

Potência máxima: 5 400 W

OS FIOS PARA O CHUVEIRO

O chuveiro é um dos eletrodomésticos de maior consumo numa residência, exigindo as correntes mais intensas.

Isso significa que a espessura do fio que vai alimentar um chuveiro deve ser compatível com a intensidade de corrente que ele exige, tanto para que seu funcionamento seja normal como por medidas de segurança.

Um fio muito longo e fino para um chuveiro pode apresentar uma resistência elevada o bastante para que parte da potência elétrica que deveria ser entregue ao circuito se converta em calor.

O resultado disso pode ser um aquecimento perigoso do fio no duto e um funcionamento anormal do chuveiro (que não esquenta), conforme ilustrado na figura 8.

Fio longo e fino que causa perdas e aquecimento
Fio longo e fino que causa perdas e aquecimento indevido da instalação

Os fios têm a espessura mínima indicada de acordo com a potência e tensão do chuveiro.

Assim, temos os seguintes casos a considerar:

127 V – potência máxima 5 400 W – fio de 10 mm quadrados (AWG 6)

220 V- potência máxima de 6 400 W – fio de 6 mm quadrados (AWG 8)

127 V – potência máxima de 4 400 W- fio de 6 mm quadrados (AWG 8)

220 V- potência máxima de 5 400 W – fio de 4 mm quadrados (AWG 10)

Da mesma forma, o fusível ou disjuntor tem sua corrente de abertura dada pela potência e tensão do chuveiro, conforme as seguintes características gerais:

Faixa de Fusível = Potência e ou tensão disjuntor

Até 5400 W 50 A = em 127 V (fio de 10 mm2)

Até 6400 W 35 A = em 220 V (fio de 6 mm2)

Até 4400 W 40 A = em 110 V (fio de 6 mm2)

Até 5400 W 30 A = em 220 V (fio de 4 mm2)

Para o fio terra podemos usar um condutor mais fino da forma que já explicamos no item correspondente (ver a importância do fio terra). Será interessante usar um fio de cor diferente, para maior facilidade de identificação em relação ao da alimentação (fase e neutro).

Com a instalação apropriada, podemos pensar na instalação do chuveiro propriamente dito.

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Fonte: http://www.newtoncbraga.com.br

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